terça-feira, 24 de julho de 2007

O festival

Medalha de ouro para o Maré ComunicAtiva

O Festival Brasileiro de Cinema Universitário é um evento que acontece todos os anos. São filmes curta-metragem, filmes making-of. O projeto tem como alvo dar oportunidade para jovens universitários ou não mostrarem o seu trabalho.O festival não tem premiação. O melhor prêmio é participar e sentir a reação das pessoas ao ver o trabalho.A sensação de se ver é muito estranha, parece outra pessoa. Me pergunto como tive coragem de dizer todas aquelas coisas no filme. Me senti extremamente envergonhada.A participação de todos os amigos nesse projeto foi de suma importância. Falo da dedicação e do empenho de cada um ao entrevistar as pessoas. Senti alegria e satisfação, senti a missão cumprida.
(Depoimento de Nara sobre o making-of desta oficina de comunicação, exibido no Festival de Cinema Universitário no dia 22 de julho. Foto por Francisco Valdean.)

Monopólio no Pan

Coordenador reclamou mas se fartou

Torcedores que vão assistir aos Jogos Pan-americanos reclamam do monopólio no comércio de alimentos nos locais das competições.
Um grupo de norte-americanos que via ao jogo de futebol feminino México x Estados Unidos, no Maracanã, protestava contra a falta de oferta variada. Só havia Bob’s no estádio.
Além disso, reclamava-se dos preços absurdos das comidas e bebidas nos locais de competição.
Eram cobrados os seguintes preços:

R$ 2,50 por um copo de água mineral
R$ 3,50 por um refrigerante
R$ 4,00 por uma cerveja
R$ 5,00 por uma caixa de pipoca
R$ 4,00 por um cachorro-quente ou um hambúrguer
R$ 7,00 por um sanduíche natural

Mas também havia torcedores que não reclamavam dos preços, e diziam que por ser uma competição de importância os preços estavam bons.
No Maracanã, um torcedor que esperava pela partida Brasil x Canadá, de futebol feminino, consumia uma cerveja e dizia que o preço estava ótimo.
Um dos coordenadores da nossa oficina comeu um hambúrguer e reclamou que o preço estava muito caro, e o sanduíche, mais ou menos.
(texto e foto por Hudson Paes)

Monopólio do rango no Pan

No Maracanã, tudo é muito legal, porém os preços são altíssimos. É um absurdo não poder entrar no Maracanã com algum tipo de lanche na mochila, com água, e ter que pagar o triplo do preço no estádio.
Por exemplo, a pipoca era R$ 5,00, e o sanduíche natural, R$ 7,00. O cachorro-quente era R$ 4,00, mas o pior era o copo de água, R$ 2,50.
E lá dentro toda a comida era do Bob’s. Os preços são um absurdo, e ainda não tem variedade de alimentos. Só Bob’s.
(Por Giselly Gonzaga)

Monopólio da comida

Repórter traz todinho de casa


Nos estádios mais procurados dos Jogos Pan-americanos, muitas pessoas ao chegar já se deparavam com uma situação não muito comum, o monopólio de comidas e bebidas. Perto dos detectores de metal, avisava-se por um megafone: “Não será permitida a entrada de alimentos e nem de bebidas”. Muita gente trazia o seu lanche.Dentro do Engenhão e do Maracanã, os alimentos eram somente do Bob’s, e os preços muito altos. É certo que algumas pessoas acharam os preços normais para a grandeza do evento.No Maracanã, confiscaram águas e alimentos dos torcedores na entrada. No Riocentro, mandaram tirar os rótulos das garrafas de água mineral, para que não fosse exibida nenhuma marca que não fosse a dos patrocinadores. Pelo menos, a água pôde entrar.O lugar menos monopolizado foi mesmo o Riocentro, mas só em relação à agua. O Bob’s predomina em todos os lugares dos jogos.
(Por Cleberson Soares de Assis. Foto por Alex Freitas)

Um fim de semana longe do Pan?


Um fim de semana longe do Pan é falta de informação, falta de integração, omissão. Esse fim de semana não fui às aulas e não busquei informações sobre os eventos acontecidos no dia.
No sábado, cheguei ao Observatório de Favelas, e minha turma já tinha se deslocado para o Riocentro para assistir aos jogos de handebol entre México e Canadá e Porto Rico e Paraguai.
Podemos dizer que passei um fim de semana longe do Pan? Tudo que fiz neste fim de semana é esporte, como jogar bola, soltar pipa, disputar partidas de futebol no videogame.
Tudo ao meu redor é esporte, e só de eu estar descendo e subindo escada já pratico esporte, me exercito, perco calorias. Em momento algum fiquei longe do Pan.
Continuo sendo um atleta anônimo, e aqui encerro o meu texto.
(Por Ruan Pablo)

As meninas que valem ouro


Handebol feminino: honra e humildade de ouro

Partimos do Observatório de Favelas, na Maré, com destino ao Riocentro, em busca de atletas, personagens. Chegamos por volta das 14h. Era sábado.
A Maré ComunicAtiva conseguiu falar com Alexandra, medalha de ouro pela seleção brasileira de handebol. Fizemos algumas perguntas para a jogadora.
Os Jogos Pan-americanos foram importantes para a cidade? Ela disse que “sim, que serviu para mudar essa sensação de perigo que o Rio de Janeiro passa para as pessoas de fora da cidade; entramos tranqüilos e saímos tranqüilos”.
E a medalha? “É uma emoção inexplicável ter vencido em casa.”
Fabiana, 23 anos, catarinense, também da seleção: “O Brasil surpreendeu em termos de estrutura, está pronto para sediar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada.”
Uma atitude por parte das jogadoras que nos surpreendeu foi elas terem deixado os torcedores tirarem fotos com a medalha de ouro. Foi um verdadeiro gesto de simpatia, humildade e confiança no povão brasileiro, mostrando que a medalha é de todos nós.
(Por Flavio Heringer e Nara Silva. Foto por Francisco Valdean)

A torcida de um homem só

Pai da jogadora de handebol Fenton aplaude atuação da filha

Em meio à pequena torcida que assistiu ao jogo de handebol México x Canadá no Riocentro, encontramos o senhor Robert Fenton, pai da jogadora do Canadá, (Kate Fenton).
Ele era uma pessoa alegre, atenta, ansiosa e também muito vibrante. A cada gol do México, ficava preocupado, mas quando o Canadá partia para o ataque e marcava ele pulava, gritava e dava socos no ar.
Quando perguntado sobre o Pan no Rio ele disse: “Está ótimo, muito bem organizado. Fala-se tanto da violência no Rio, mas eu não vi nada disso aqui. A segurança está muito boa”.
Fim do tempo normal, e a partida está empatada. Senhor Robert fica preocupado. Recomeça o jogo. Prorrogação, dois tempos de cinco minutos. Empate de novo. Mais dois tempos de cinco minutos. Senhor Robert agora nervoso, mas ainda vibrante. Ao fim da prorrogação, outro empate. Disputa de tiros de sete metros, o pênalti do handebol.
Infelizmente, senhor Robert termina decepcionado com a derrota para o México, mas feliz pela filha. “Foi uma grande partida”, afirmou.
(Por Alex Freitas. Foto por Eberti da Silva)

Imagens do handebol


Aquecimento para México x Canadá, a disputa pelo quinto lugar do handebol feminino


A partida, que valia o quinto lugar, foi muito disputada entre as equipes

Porém prevaleceu a estrela da jogadora mexicana Sifuentes, maior pontuadora da partida com oito gols



Torcedores brasileiros vibram bastante com o jogo


Sr. Robert Fenton animado com a partida e satisfeito com as jogadas do Canadá

(Fotos por Carlos Alberto, Flavio Heringer e Eberti da Silva)

Show de virada

México vence EUA de virada com ajuda da torcida

Fomos ao jogo de futebol feminino, o jogo foi entre Estados Unidos e México. Primeiramente vamos falar do jogo, que foi dramático, decidido nos últimos minutos de partida.
Os Estados Unidos fizeram 1 a 0 no primeiro tempo. Por serem os Estados Unidos uma grande potência no futebol feminino, os maiores rivais do Brasil e estarem na briga pelo ouro, os Estados Unidos eram considerados favoritos para a partida.
Mas o México tinha um time muito bom e era empurrado pela torcida brasileira. Aí que a gente vinha a rivalidade entre Brasil e Estados Unidos.
As americanas no segundo tempo fizeram mais um gol, e parecia então impossível para as mexicanas empatarem ou ganharem o jogo.
Mas, empurradas pela torcida e com grande atuação de Juana Lopes, número 7, o México virou para 3 a 2. A camisa 7 fez grandes jogadas e fez a alegria dos torcedores mexicanos e mexicanas.
Um dos mexicanos disse que a vitória foi sofrida. Uma mexicana lamentou o fato de o futebol feminino não ser muito popular no mundo. “Adoro o futebol feminino. Gostaria de ser uma jogadora.”
Um casal de mexicanos, que mora no Brasil, disse não ter preconceitos contra o futebol feminino e afirmou que estavam gostando muito do Pan.
(Por Fábio B. da Silva. Foto por Anatan dos Santos)

Duas gerações do esporte

Marta, a melhor jogadora do mundo, fazendo jogadas lindas, e, na torcida, a assistia a ex-jogadora da seleção feminina de futebol Maria Vegas Chagas, acompanhada pela família e com o seu quadro de campeã da primeira competição feminina de futebol em 1982.
Ela viajou por toda a Europa, pelos Estados Unidos, jogou no Bonsucesso, Portuguesa e São Cristóvão.
“Naquela época faltava patrocínio, os homens não aceitavam as mulheres jogando bola, não tinha divulgação, era muito preconceito. A seleção feminina de futebol era o Esporte Clube Radar e treinava na praia. O presidente do clube, Eurico Lira, resolveu completar esse time e chamou algumas meninas do sul do país. E o time fez uma preliminar com os Estados Unidos, viramos o jogo e vencemos por 2 x 1. Encontramos novamente as americanas e ganhamos o título de 1982”.
Eu perguntei se tinha muita diferença da época dela para o presente. “Nós jogávamos com amor, não pelo dinheiro. Você tinha que gostar do que estava fazendo”
Quem eram as campeãs de 1982?
“São elas: Meg, Pelezinha, Fernanda, Claudia, Maradona, Maria Helena, Elza, Fia, Celinha, Rata, Salaleto, e o presidente do Clube Radar, Sr. Eurico Lira.” E completou: “gostaria de estar lá no campo pisando naquele lindo gramado”.
(Por Flávio Heringer Queiroz. Foto por Alex Freitas.)

Vitória sofrida

Visão previlegiada da pira no Maracanã
Fui ao Maracanã e assisti ao jogo do México e dos EUA. Fazia muito calor. O México perdia a partida, mas não desistia das jogadas. Meteu uma bola na trave. A jogada começou no meio de campo e a mexicana finalizou com um lindo chute.
A jogadora mexicana leva a bola na intermediária e sofre uma falta, mas cobra para fora.
Os EUA fazem 2 a 0, mas no segundo tempo o México empata o jogo. A mexicana sofre um pênalti. Bola para um lado, goleira para o outro, e o México vira o jogo: 3 a 2.
Os EUA vêm e cruzam com perigo, a cabeçada vai na trave, um susto para a torcida mexicana.
O México ganha o jogo. Na saída fiz uma pergunta rápida para um casal de mexicanos. Eles disseram que a vitória foi boa, mas foi sofrida.

(Por Liliane da Costa Gonçalves. Foto por Fábio da Silva)

Emoções no nível superior (da arquibancada)

Torcedores na arquibancada do Maracanã


Quando chegamos ao estádio a partida já estava para começar. Os Estados Unidos abriram o placar. A partida estava muito emocionante, quase todos torciam para o México, empurravam o time pra cima com muitos gritos de “Olé, olé, olé, olé, México, México”.
As torcedoras mexicanas foram muito assediadas. E para o desespero delas os Estados Unidos marcaram o segundo gol. Mesmo assim, todos continuaram a gritar: “Vamos virar, México. Vamos virar, México”.
Os torcedores norte-americanos estavam felizes e comemorando muito, quando levaram o primeiro gol. Não deixaram se abater. Afinal, ainda venciam.
A torcida do México ficou mais agitada, e logo depois veio o empate para o desespero dos norte-americanos. No entanto, um deles, Paul, disse: “Gostei do empate, é para esquentar a partida”.
Faltando alguns minutos para acabar, uma jogadora mexicana sofre pênalti e leva a torcida ao delírio. A partida termina 3 a 2, uma virada mexicana histórica.
(Foto e texto por Rodrigo Galdino de Melo.)

Virada empurrada pela torcida

Torcedores mexicanos posam para a foto
No dia 20 de julho, nós, guias cívicos e repórteres anônimos, fomos ao Maracanã para procurar algo interessante para o nosso trabalho. Assim que chegamos visualizei três mexicanos, duas meninas e um rapaz, que iam assistir ao jogo México x Estados Unidos de futebol feminino.
O jogo começou, e já dava para notar que a maioria de brasileiros torcia para o México.
No meio de tantos torcedores do México, estava ali uma família de americanos, oprimida pela torcida adversária, incluindo nós, guias cívicos do Observatório.
Apesar da torcida, os EUA fizeram 2 a 0, e os americanos estavam todos felizes.
Mas no segundo tempo, com a força da torcida, o México conseguiu virar o jogo para 3 a 2. Os americanos saíram inconformados com o que aconteceu, mas ao mesmo tempo contentes por terem assistido a uma partida no famoso Maracanã. Mais satisfeitos ficamos nós por termos conseguido entrevistar tanto mexicanos quanto americanos.
(Por Anatan dos Santos. Foto por Fábio da Silva)

quinta-feira, 19 de julho de 2007

No estilo europeu


Fui do Maracanã para o Engenhão de trem. A animação das pessoas com o jogo Brasil x Costa Rica era visível no trajeto. A partida começou 15h30, eu cheguei por volta das 15h50. Estava tudo tranqüilo, fui em direção à zona oeste do estádio e, ao contornar a rampa de acesso, bati de frente com a linda paisagem da Floresta da Tijuca.
Quando eu cheguei na ala A, o Brasil já estava vencendo por 2 x 0. O time errava muitos passes de bola. A Costa Rica atacava sem sucesso, e a torcida estava bastante animada com a vitória. O estádio estava cheio, com muitas crianças, idosos e seu familiares.
No intervalo do jogo, alguns personagens dessa festa me disseram que os jogos na cidade estavam bem legais e que a estrutura do estádio era bem moderna.
Alexandre Borges, 34 anos, afirmou que o esporte não tem diferença de cor, idade e classe social, é a união de “várias tribos”. “O estádio está bonito, ao estilo europeu.” Logo em seguida encontrei Denise Glória, uma “jovem” senhora de 52 anos, moradora do Rio. “O evento pra cidade é bom, fui na abertura dos Jogos e achei ótima essa oportunidade. Hoje é o terceiro jogo que assisto, e a organização do evento esportivo está padrão, sem problemas, tudo tranqüilo. O esporte traz benefícios a saúde, aos jovens, tira a garotada da rua, das drogas, das coisas ruins da vida.
Parti eu para assistir ao segundo tempo da partida. As crianças estavam se divertindo com a ola. O segundo tempo estava bastante equilibrado, a torcida batia palmas para as jogadas disputadas, e o Brasil mete uma bola no travessão. A torcida vai à loucura. Foi uma vitória simples, sem grandes jogadas, da seleção brasileira.
Mas Ingrid Corcino, moradora de Recife, gostou do que viu. Falou da estrutura do estádio João Havelange, bem moderna, e as eficientes informações sobre as alas. Perguntei o que faltava aos jogos na Cidade Maravilhosa, e ela me disse o seguinte: “Falta nos jogos integração entre o poder público e as comunidades da cidade, um incentivo melhor para a prática do esporte nessas comunidades. A idéia é que o governo selecione os bons alunos das escolas públicas e bons atletas para assistir aos jogos. Isso serviria de incentivo aos futuros atletas do país”.
(Por Flavio Heringer Queiroz)

Idosos no esporte

Em relação aos esportes praticados pelos idosos na Maré, podemos perceber que a maioria, no caso, os homens, pratica futebol. É o caso de Luis Carlos, morador do Timbau desde que nasceu, que joga futebol até hoje, com 50 anos de idade. Ele dá aula de futebol na Vila Olímpica da Maré e no projeto Segundo Tempo. Ele ainda relata que não é formado em Educação Física. Diz também que o esporte traz mais saúde e bem- estar aos idosos e a todos que o praticam, e que o Pan-americano vai trazer melhorias para o Rio de Janeiro.
Essa não é a opinião de Ricardo Pereira, 41 anos, também morador do Timbau, que é totalmente contra esse evento. Ele diz que o dinheiro poderia ser investido em algo melhor, como segurança, saúde e educação. Diz também que esse dinheiro apareceu muito fácil para o evento. Não pratica esporte, mas acha a atividade importante na vida das pessoas.
As mulheres são nadadoras natas. A maioria das entrevistadas praticam ou já praticaram um esporte aquático. Severina Silva, de 65 anos, moradora de Bento Ribeiro Dantas (que ela diz que adora), pratica hidroginástica na Vila Olímpica da Maré. Diz que é importante o esporte tanto na vida de um idoso quanto na vida de um jovem. Ela também diz que não foi alfabetizada e que, se rolasse um projeto do governo, estudaria mesmo estando mais velha.
Esse não é o caso de dona Dulce, de 78 anos, moradora do Timbau, que diz não ter interesse em praticar esporte, até porque não tem tempo. Quando perguntada sobre que esporte faria se pudesse, ela respondeu: “Eu sou muito velha, e nem se fosse dado eu faria”.Com isso, podemos chegar a uma conclusão óbvia: nem sempre todos os idosos fazem esporte, até mesmo por falta de tempo, mas apóiam e não são contra a prática de esporte na terceira idade. Os que praticam apóiam e dão força para o esporte, visando o seu bem-estar e a sua saúde. Quando perguntados se o esporte os ajudou a chegar a sua idade atual, eles responderam a mesma coisa: "Claro que sim". Todos os entrevistados deixaram a mesma lição de vida: "NUNCA SE É VELHO PARA NADA NEM PARA O ESPORTE".
(Por Cleberson Soares)

Esporte irônico x esporte real 2

Esporte irônico do Pan

Tiro ao alvo: moradores na mira do caveirão, jovens discriminados passam a ser o alvo de policiais. Como se fosse um treinamento, com o objetivo de acertar o bandido, eles acertam os moradores. Depois de acertar, ganham medalha de honra ao mérito.

Atletismo: É uma situação em que os moradores têm que correr, ultrapassando obstáculos, pulando muro, se desviando das balas, deitando no chão.

Educação pelo esporte real
O esporte não são apenas modalidades esportivas, mas sim uma maneira de preparar e capacitar os jovens, uma forma de educar, incentivar e nos desviar de caminhos errados. Temos como exemplo o Luta pela Paz, que é um projeto social que atua na Maré há sete anos e tem como esportes o boxe, a luta-livre e a capoeira. Lá, não só se pratica esporte, mas também cidadania, inglês e informática, capacitação e preparação para o mercado de trabalho.
(Por Karoline, Júnior, Ruan e Rodrigo)

Contraste social no Engenhão


O camelô Jamaico mora na comunidade do Belém em frente ao Engenhão.

Uma grade com cadeado isola a comunidade da rua do Engenhão.


Vista de dentro da comunidade do Belém (em frente ao Engenhão).



Comunidade do Belém (vista de dentro): situação precária.

Fotos por Alex Freitas

Mudança de vida

O local:

Muito bem estruturado
Bom local
Sete sacos de areia
Tatame
Ringue
Bem ventilado e boa iluminação
Uma parede espelhada
Som ambiente
Acesso para deficientes
Posters de atletas famosos nas paredes

Entrevistas:

· Miriam Gonzaga dos Santos, coordenadora: Com esse projeto jovens ocupam o seu tempo, não ficam à toa na rua, não se envolvem com drogas. Serve para integrar os moradores da Maré, resgatar os jovens. Eles não necessariamente precisam estar estudando, mas os que não estudam são conscientizados a voltar para a escola. Esse projeto tem sete anos, trouxe muitas melhorias para os jovens. “Entrei aqui porque precisava de trabalho, e hoje em dia são os jovens que me fazem continuar. Já treinei boxe. Havia preconceito (machismo), mas conseguimos vencer. A minha vida está aqui.” Esporte é energia, vida e saúde. Espero que o Pan traga mais oportunidades.

· Daniel dos Santos Soares, 19 anos, lutador de boxe: “Isso aqui é a minha casa.” A vida era ruim, drogas, roubo e etc. “Desenvolvi a minha mente. Luto há seis anos. Preenche o meu tempo. Sou voluntário aqui, ajudamos as pessoas. Não gostava do projeto, tinha raiva, ódio, por causa do meu passado, mas mudei com as aulas de cidadania que tive aqui. Também cuidamos do meio ambiente. Um dançarino que me informou sobre esse projeto. Foi muito difícil largar a vida que tinha. Esse projeto mudou a minha vida.”
(Por Rodrigo Galdino de Melo)

Esporte irônico x esporte real

Equipe da oficina faz discussão de pauta

A minha equipe do projeto Guia Cívico tenta abordar os dois seguintes temas:
Esporte Irônico, que é a questão dos moradores correrem do caveirão, que pode ser comparado ao atletismo. O espancamento de moradores pode ser comparado ao boxe. Outra comparação seria os moradores sendo atingidos por balas em confrontos com o arco e flecha.
O outro tema seria o Esporte Real, o que podemos realmente chamar de esporte. Se olharmos ao nosso redor, tudo poderia ser chamado de esporte ou atividade física.
Nosso objetivo é alertar você, leitor, que acha que esporte é apenas aquilo que tem regras e normas, aquilo que tem sempre uma pessoa para observar o ato. Mas esporte é aquilo que nós vivemos, pois o esporte é uma opção de vida, é saúde, educação e uma profissão.
Se o governo colocasse mais profissionais nas áreas de Saúde e Educação, poderia não acabar a marginalidade, mas com certeza diminuiria. O que você acha que pensa uma pessoa que não teve educação, que teve uma vida lamentável, que nem a mãe e nem o pai tinham emprego, e muitas vezes tinham que catar lata, muitas vezes tinham que pedir esmola, muitas vezes não tinham o que comer? A única coisa no que essa pessoa poderia pensar é roubar, matar, cometer homicídio, por não ter nenhuma oportunidade de mostrar o que é capaz de fazer.
É um lamento saber que algumas pessoas da classe média nos julguem sem nos conhecer, pois não sabem da capacidade de cada um que mora numa favela.
O Pan-americano trará com certeza grandes benefícios para a cidade do Rio de Janeiro, mas com certeza o melhor benefício que ele traria para a cidade é que se passasse a olhar mais para todas as comunidades, para se ver que aqui tem gente trabalhadora, que merece respeito.

(Por Ruan Pablo)

Clique aqui para ver o vídeo Panirônico


terça-feira, 17 de julho de 2007

Superdedicados e supereducados

Professor (no meio) e seus alunos vencedores


É um grupo que organiza o projeto Luta pela Paz. O programa é monitorado por jovens, que praticam esporte para ocupar a mente. Há uma coordenadora superdedicada aos seus alunos, que pensa que estar ajudando o jovem é um orgulho e tanto. Os lutadores, supereducados, deram um bom depoimento para nós. Para eles, o projeto é uma oportunidade em suas vidas.
(Por Edmara Pereira Rodrigues. Foto por Anatan Santos)

São Cristóvão F.R. oferece esporte aos idosos

O São Cristóvão Futebol e Regatas é um lugar onde pudemos encontrar uma grande quantidade de pessoas de meia idade e idosas praticando esportes. Podemos citar importantes personagens como o sócio vitalício Edmo Botelho, de 84 anos, um grande campeão de remo pelo clube. O presidente do clube, o Sr. Hélio, expõe muito bem suas opiniões quando o assunto é o esporte para jovens e também para idosos.
“Com a prática dos esportes as pessoas de uma certa idade irão se sentir muito melhor do que ficar sentado no bar, tomando cerveja, o que não faz nada bem pra a saúde. Praticando esporte, não, essa pessoa vai se sentir melhor, vai fazer com que o sangue corra pelas veias”, disse Hélio. Disse também que o Pan-americano é uma boa iniciativa do governo, com a parceria da prefeitura, e frisa que essa iniciativa não deveria ficar reservada só para os jovens e deficientes (no caso, os jogos Para-Pan), mas que também se organizasse uma “olimpíada” para os idosos. Como ele mesmo disse, “com a prática do esporte as pessoas de idade irão se sentir muito melhor”. Ele disse também que o clube está aberto para parcerias que favoreçam as pessoas de meia idade.
(Por Hudson Paes)

Visita ao Luta pela Paz

Lutador dá aula aos futuros lutadores da Maré


Hoje eu e mais quatro amigos tivemos uma missão, e essa missão foi ir até o projeto Luta Pela Paz e entrevistar pessoas que freqüentam, que fazem esportes ou até têm aulas de cidadania no lugar.
Chegando lá tivemos a oportunidade de entrevistar uma das educadoras do projeto, a dona Miriam Gonzaga dos Santos, de 50 anos.
Ela disse que o projeto Luta Pela Paz é uma integração entre jovens, para tirá-los das ruas e incentivá-los a estudar e a fazer alguns esportes para se ocuparem.
Perguntamos se o Pan traz algum benefício para o Rio, e ela respondeu que tem a esperança de que ele traga todos, e que eles abram portas para os jovens. Acha os esportes algo muito bom para os jovens, e o motivo pelo qual ela está nesse projeto são os jovens.
Diz ela que no começo do projeto rolou preconceito, porque as meninas queriam entrar para fazer boxe e não deixavam.
O Luta pela Paz tem sete anos, e, durante esse tempo, ela observou muitas mudanças nos alunos. Uma delas foi no comportamento deles.
Perguntamos também o que é o esporte para ela, e ela com toda a simplicidade respondeu: energia, vida e saúde.
Observei também que lá eles têm uma academia, e que ela tem algumas normas. Irei citar algumas que achei interessante:

Respeitar e ajudar o próximo
Assumir o próprio erro
Ser pacífico dentro e fora da academia
Ser unidos
Ter amor á camisa do projeto
Receber pessoas de fora da academia com respeito e gentileza

Nesse dia entrevistamos também Daniel dos Santos Soares, de 19 anos, que pratica boxe, uma das atividades que o projeto oferece.
Perguntamos o que ele acha desse projeto, e ele disse que pra está sendo como a casa dele, pois ele teve um desenvolvimento bom, e que é melhor do que estar nas ruas, pois se ele continuasse na rua talvez hoje estaria morto pelos roubos e pelas drogas.
Perguntamos se alguém tinha lhe informado sobre o projeto, e ele respondeu que sim, que quem lhe informou foi um amigo chamado Bruno, que hoje é dançarino.
E com esses depoimentos eu vi que basta ter força de vontade para conseguirmos o que queremos.
(Por Karoline Stephanne dos Santos. Foto por Eberti da Silva)

Contraste

Vidas opostas: Engenhão e a comunidade do Belém


Em busca pela informação, entrevistamos várias pessoas, mas sentimos que faltava a matéria perfeita. Até que encontramos Jamaicou Soares Silva, de 25 anos, morador da comunidade do Belém, que fica em frente à ala norte do Engenhão. Ele estava vendendo bebidas.

O estádio Engenhão trouxe alguma melhoria para a vida da comunidade?

“Sinceramente, nenhum tipo de melhoria para comunidade. Só prejudicam mais a nossa comunidade, todo o lixo da obra do estádio foi colocado no terreno baldio atrás das casas dos moradores”, protesta Jamaicou.

“Nenhum tipo de melhoria como urbanização, construção de novas casas, criou um ambiente para proliferação de ratos, lacraias, baratas, mosquitos e outros.” Deixaram todo o lixo no terreno baldio, e cercaram com um com cadeado, isolando assim a comunidade.

“Existem trezentas famílias que vivem nessas condições. Enquanto em frente à comunidade do Belém há muito luxo e glamour, a comunidade vive uma realidade totalmente diferente.”
(Por Nara Grayce Correia da Silva. Foto por Mauricio Costa)

Dignos de letras garrafais

ESPORTE E O IDOSO. VAMOS FALAR DE EDMO BOTELHO, DE 84 ANOS, CONHECIDO COMO TAMANDARÉ. NASCIDO EM 5 MARÇO DE 1923, MORADOR DE RAMOS, JOGOU DOIS ANOS VOLEIBOL PELO VASCO DA GAMA. BICAMPEÃO DE REMO PELO SÃO CRISTÓVÃO, TAMANDARÉ DISSE QUE INAUGUROU A LAGOA DA PAMPULHA EM BH, NUMA COMPETIÇÃO DE REMO. DISSE TAMBÉM QUE PARTICIPOU DE UM ALMOÇO COM O PRESIDENTE JK E DESFILOU NA INAUGURAÇÃO DO MARACANÃ. A PRÁTICA DE ESPORTES É MUITO IMPORTANTE PARA TODOS, DISSE ELE. “NÃO PRATICO MAIS ESPORTE POR CAUSA DE UMA FRATURA NA CABEÇA, MAS O ESPORTE É MAGNÍFICO, É MUITO BOM, PARA O CORPO E PARA A ALMA.”
HÉLIO DA SILVA FILHO, PRESIDENTE DO CLUBE SÃO CRISTÓVÃO, BAIRRO DA MARÉ. ELE CONTA QUE O CLUBE TEM ATIVIDADE DE HIDROGINÁSTICA, NATAÇÃO, VOLEIBOL E FUTEBOL, PARA OS IDOSOS. ELE TAMBÉM DISSE QUE FALTA ATENÇÃO DAS AUTORIDADES À RELAÇÃO DO ESPORTE COM O IDOSO, QUE FALTA PROJETOS DE ESPORTE PARA A TERCEIRA IDADE. FALTA PROFESSORES E TÉCNICOS. “QUANTO MAIS EXERCÍCIO A PESSOA PRATICAR, MAIOR A VONTADE DE VIVER. BUSCAMOS UM APOIO DAS AUTORIDADES. O CLUBE ESTÁ DE BRAÇOS ABERTOS PARA ABRIGAR ESSES PROJETOS PARA O IDOSO. É MUITO IMPORTANTE O PAN-AMERICANO PARA MOSTRAR A FORÇA DO ESPORTE NA VIDA DAS PESSOAS”, DISSE.
MARIA DE LURDES DA SILVA, 63 ANOS, MORADORA DA MARÉ. TEM UM COMÉRCIO NA RUA SETE DE MARÇO. DISSE ELA: “O ESPORTE É IMPORTANTE NA VIDA DAS FAMÍLIAS. NÃO FAÇO ESPORTE POR FALTA DE TEMPO, DE INCENTIVO E, PRINCIPALMENTE, PELA FALTA DE RESPEITO POR PARTE DOS JOVENS”.
(Por Flávio Heringer Queiroz)

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Brasileiro não desiste nunca


Nei, camelô há 20 anos, corre, foge da guarda municipal, sua, puxa o fôlego para gritar, trabalha como pode na praia de Copacabana, durante o Pan. Mais um esporte irônico do Pan.
Veja vídeo sobre Camelô do Pan

Boxeador-fotógrafo

Daniel Soares, 19 anos, morador da Maré, pratica boxe há seis anos, com determinação e dedicação. Ele é monitor da sala de informática do projeto Luta pela Paz e faz trabalhos fotográficos para uma empresa multinacional.

Lenda viva do esporte na Maré

Tuquinha, 61 anos, morador da Ivanildo Alves, rua batizada em homenagem ao seu irmão. A rua é famosa "favelalmente", isto é, ela é conhecida na maioria das favelas. Tuquinha jogou futebol no Royal, que depois virou Real (não o atual Real Maré). Jogava na ponta-direita, a mesma de Garrincha. "O Pan é mais comercial, não beneficia a comunidade."